sábado, 3 de julho de 2010

BULIMIA

As vítimas preferenciais desse transtorno alimentar têm por volta de 20 anos e elas até toleram uma protuberância aqui e acolá na região do abdômen. “Existe entre elas maior aceitação de uma forma física dentro da normalidade”, explica Angélica. No entanto, é mais difícil diagnosticar o problema nessas jovens. A razão é simples: elas são capazes de engolir 3 mil calorias em poucos minutos praticamente sem mastigar para, logo em seguida, correrem para o banheiro e vomitarem tudo. Em outras palavras, a bulimia é um transtorno que acontece entre quatro paredes. Por esse motivo, ela acaba se tornando uma doença crônica. “Como se sentem bastante envergonhadas e culpadas com sua falta de controle, é comum essas pacientes demorarem a procurar ajuda. Fazem isso apenas depois de quatro ou cinco anos”, diz Maria Angélica, do Geata.

Um dos indícios de que a pessoa está doente é o fato de ela comer sempre muito bem – os exageros costumam acontecer mais às escondidas – e nunca engordar. Outra pista são os rastros de comida, laxantes e remédios emagrecedores que ficam pela casa. E, acima de tudo, o fato de ir ao banheiro repetidas vezes durante ou após a refeição, além de exagerar nos exercícios físicos. As consequências quase sempre ficam restritas à doente – sem delatá-la –, como inflamações constantes na garganta, alterações no esmalte dos dentes causadas pelo ácido estomacal vindo à tona com o vômito, mau hálito, alterações intestinais e renais causadas pelo uso abusivo de laxantes e diuréticos, além de problemas cardíacos. “O tratamento pode levar dois anos ou, dependendo do caso, exigir um acompanhamento prolongado por tempo indeterminado”, afirma o psiquiatra Alexandre Azevedo, do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (Ambulim), do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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